Hoje, no dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha, poderíamos tecer infinitos motivos para fazer valer a luta das mulheres a fim de conquistar e manter os direitos até então garantidos, mas sempre frágeis de se desfazerem com a entrada de desgovernos na política.
No entanto, queríamos aqui, ao invés de trazer dados sobre o aumento do feminicídio e de outras violências sofridas pela mulher, ou até mesmo abordar situações em que a interseccionalidade da raça e da classe em corpos femininos se dá de maneira mais gravosa, enalteceremos então as mulheres negras, latino-americanas e caribenhas que fizeram e fazem a diferença tanto em suas vidas como na vida de diversas mulheres.
Falar sobre o dia de hoje e não citar Tereza de Benguela, é realmente não compreender a importância dessa data e dessa mulher na história do Brasil. Também conhecida como Rainha Tereza, viveu no século XVIII, no Vale do Guaporé (MT), e liderou o Quilombo de Quariterê. Tereza se destacou por uma vida de lutas, e através delas que a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas.
É por meio de mulheres como Tereza de Benguela que a luta da mulher negra-latino americana e caribenha ganha fôlego e direitos são conquistados e adquiridos.
Atualmente, relembramos da luta da Marielle Franco, mulher negra que lutava por condições dignas para a parcela da população mais esquecida pelo poder público.
“Ser mulher negra é resistir e sobreviver o tempo todo… Olham para os nossos corpos nos diminuindo, investigam se debaixo do turbante tem droga ou piolho, negam a nossa existência“. Marielle Franco em entrevista ao Brasil de Fato durante a jornada de lutas das mulheres, março de 2017
E para além das lutas políticas travadas na sociedade, temos mulheres como Mercedes Baptista, bailarina e coreógrafa, foi a primeira mulher negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Mercedes foi a responsável pela criação do balé afro-brasileiro, inspirado nos terreiros de candomblé.
A bailarina Mercedes Baptista, primeira negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal, em 2005 Foto: Leonardo Aversa / Agência O Globo
Reverenciamos e enaltecemos a vida de todas as mulheres que impactam e impactaram a vida das mulheres e meninas, através das suas lutas, e de suas vitórias principalmente.
