Lula e Bolsonaro têm divergências sobre o tema. O ex-presidente quer fazer uma revisão, já o atual defende uma nova reforma, ainda mais liberal. O que temos certo é que depois de cinco anos, a promessa de 6 milhões de novas vagas não foi cumprida.
Desde quando entrou em vigor em 2017, a Reforma Trabalhista vem recebendo inúmeras críticas, principalmente por que a expectativa de gerar empregos desmoronou. O ex-presidente Michel Temer (MDB), que fez da Reforma sua grande bandeira nos dois anos de governo, falava em 6 milhões de novos empregos. Isso não ocorreu. Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2022 somavam 11,9 milhões de brasileiras e brasileiros sem emprego. Em ano de eleição e com desemprego em alta, a Reforma volta a ser um dos assuntos centrais dos dois candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL), que apresentam propostas opostas.
De 2018 até hoje, o atual presidente já tentou mexer algumas vezes na Reforma Trabalhista, sem sucesso, sendo derrotado no Congresso. Em campanha presidencial, ele defende que não se trata de discutir as mudanças de 2017. Seu desejo é fazer uma nova Reforma Trabalhista, tendo à frente o ministro da Economia, Paulo Guedes. Para isso, avisou que quer mudanças radicais no seguro-desemprego, permissão para trabalhos aos domingos e a inexistência de vínculo trabalhista entre trabalhadores e aplicativos, entre outras propostas. Pontos que, no geral, apenas prejudicam as condições laborais para trabalhadoras e trabalhadores.
Em primeiro lugar nas pesquisas, o ex-presidente Lula não pensa em voltar ao que era antes de 2017. Seu discurso não fala em nova Reforma, mas sim em revisão. Lula defende que os sindicatos possam negociar, em assembléias, com as diversas categorias de trabalhadores os valores da contribuição sindical. Nos discursos, ele alega que a contribuição sindical compulsória não deve retornar e vem criticado o regime de trabalho intermitente introduzido pela Reforma Trabalhista de 2017. Outro assunto abordado por Lula é a falta de cobertura aos trabalhadores de aplicativos.
Desde que foi aprovada, a reforma é tema de debate e discordâncias. Uma série de temas ainda aguarda decisão no STF (Supremo Tribunal Federal), e muitos julgamentos estão parados com pedidos de vista ou de destaque no Supremo.