Além da instabilidade na carreira, profissionais enfrentam a pressão do aumento de metas durante a crise econômica que vivenciamos.
Estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostra que os cinco principais bancos brasileiros tiveram, em 2020, queda média de 25,2% do lucro líquido em relação ao ano de 2019. Mas mesmo assim conseguiram, em plena pandemia, um lucro de R$ 79,3 bilhões. Ao mesmo tempo, estes bancos escolheram fechar quase 1.400 agências em todo o país, eliminando cerca de 13 mil postos de trabalho.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Teresópolis (RJ), Cláudio de Souza Mello, explica que os bancos privados resolveram, nos últimos anos, aumentar a cobrança de metas dos empregados. “Se antes da pandemia as cobranças excessivas já impactavam a saúde mental dos bancários, o número só aumentou em 2020”, revela. Em Teresópolis, conta Souza Mello, foram muitos os casos de afastamento em virtude de problemas emocionais, principalmente depressão e síndrome do pânico.
Esta é uma questão que preocupa o Sindicato dos Bancários e tem sido discutida com frequência. “Cada vez mais vamos pautar esse debate e tomar medidas concretas para mostrar aos diretores dos bancos que a maioria da categoria é vítima de doenças emocionais, uma patologia oriunda do trabalho”, alerta o presidente do sindicato. Para ele, essa é uma ação que deve ser conjunta entre o sindicato e a diretoria dos bancos. Outra discussão na mesa é a possibilidade de convênios com clínicas psiquiátricas, para dar suporte aos bancários.