Assistente social , especialista em serviço social pela Universidade Veiga de Almeida do Rio de Janeiro; Saúde do Trabalhador pelo CESTEH; Gestão de Pessoas pela Universidade Veiga de Almeida e integrante da Subcomissão Gestora Local de Atenção Integral à Saúde/TRF2, a carioca Márcia Deptulsky Barroso trabalha desde outubro de 1998 na prestação de serviços voltados para a saúde de magistrados e servidores do TRF2 – que tem competência sobre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Durante sua jornada, elenca como uma das suas grandes realizações laborais trabalhar com profissionais comprometidos com um projeto construído coletivamente para a área da saúde.
Sua experiência profissional é extensa – já atuou no SUS, em Hospital Federal e Posto de Saúde Municipal, em ONG’s e também exerceu a docência como professora substituta na graduação de serviço social, na Escola de Serviço Social da UFRJ, por dois anos, nas disciplinas de Ética Profissional, Metodologia do Trabalho Científico, Supervisão Acadêmica de Estágio, também na ESS/UFRJ, de 1992 a 1993.
Para Márcia, trabalhar no Judiciário hoje significa a possibilidade de conhecer e intervir em um universo muito diferente do Executivo: “as relações sociais no Judiciário são extremamente verticalizadas, pautadas em padrão rígido de comportamento, orientadas pela reduzida possibilidade de os seus trabalhadores desenvolverem autonomia”. Na entrevista, a analista garante que é um imenso desafio e que ainda aprende muito.
Confira abaixo um pouco mais sobre a trajetória profissional de Márcia e saiba suas dicas para quem quer seguir carreira como servidor público.
MS&P: Quais os principais desafios que enfrentou até hoje?
MARCIA DEPTULSKY BARROSO: O principal desafio continua sendo, sobretudo a partir de 2009, com a implantação do Planejamento Estratégico no Judiciário, o de desenvolver ações voltadas para a preservação da saúde dos que trabalham no TRF2. No projeto de “modernização” do Estado brasileiro, com foco em resultados, o trabalhador consiste em meio para o alcance de um fim, que é o de alcançar metas de produtividade. Torna-se, cada vez mais, peça de imensa e complexa engrenagem, a ser substituída quando não é mais funcional.
MS&P: Pela sua experiência, como podemos enfrentar isso?
M.D.B: Acredito que já existem mecanismos e espaços que podem e devem ser ocupados para garantir a voz dos trabalhadores. No tribunal onde atuo, previsto já pelo Conselho Nacional de Justiça, existem muitas políticas que preveem a criação de comitês locais e grupos e trabalhos. E são eles que têm a previsão de participação dos sindicatos. Já existem esses espaços, mas infelizmente eles ainda não são suficientemente ocupados. Como exemplo, é uma situação parecida com a votação para Conselho Tutelar: foi criada junto com o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas poucos sabem que existem, muito menos seu papel ou como e quem pode se candidatar. Existem mecanismos, precisamos fazer valer, ocupar e validar. Isso precisa ser estimulado, facilitado. Ao meu ver, é a única forma. Não acredito muito nessa democracia que elege, delega poder a alguém para falar por você.
MS&P: No que a assistência de um escritório de direito administrativo (que atua na área de servidores públicos) te auxiliou?
M.D.B: Foi fundamental para eu entender quais direitos efetivamente poderia buscar, caso iniciasse processo administrativo ou judicial. E, conhecedora desses direitos, pudesse tomar decisão consciente acerca do que estaria disposta a fazer.