Sintrucad-Rio quer plano de saúde e manutenção dos empregos. Em 2020, em todo o Brasil, o setor demitiu 61 mil pessoas, segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos
Melhores salários, melhores condições de trabalho, plano de saúde e redução de jornada. Estas são as principais reivindicações do Sintrucad-Rio (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviários de Passageiros Urbano, Intermunicipal e Interestadual, Fretamento, Turismo, Escolar, Cargas, Logísticas e Diferenciados do Município do Rio de Janeiro).
Para o presidente do Sindicato, Sebastião José da Silva, o principal problema da categoria na pandemia foi a demissão coletiva, com redução de 50% da frota.
“Diante da atual crise, a pauta prioritária do sindicato passou a ser a manutenção dos empregos e a defesa de um plano de saúde para os trabalhadores e seus dependentes”, explica o presidente do Sintraturb.
Sebastião diz ainda que a categoria tem sofrido com estresse, doenças relacionadas à coluna e hemorróidas. “Enfrentamos um trânsito caótico, uma jornada excessiva e demissões em massa, pois muitas empresas estão falindo”, conta.
Dados divulgados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostram que as empresas de transporte coletivo urbano demitiram 61 mil pessoas e tiveram prejuízos de R$ 9,5 bilhões em 2020. Estes e outros números estão no levantamento “Impactos da Covid-19 no Transporte Público por Ônibus”, divulgados em maio pela NTU.
Para o presidente da Associação, Otávio Cunha, o prejuízo do setor resulta da drástica redução de demanda e, por conseguinte, da redução da receita tarifária, muito maior que a redução da oferta. Em entrevista, o presidente da CNTTT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres), Jaime Bueno Aguiar, se queixou que “todos falam da Ford que demitiu 5 mil, mas esquecem dos quase 70 mil postos de trabalho que desapareceram, somente no público urbano e metropolitano de passageiros”.
Desde a primeira quinzena de maio há um crescente movimento de greve geral liderado pelos sindicatos e federações de base. Paralisações e protestos de trabalhadores dos transportes públicos já estão ocorrendo em vários municípios. Entre eles, Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Fortaleza/CE, Florianópolis/SC, Maceió/AL, Manaus/AM, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Salvador/BA, São Paulo/SP, Vitória/ES, entre outros.
DIREITO SOCIAL – O transporte público urbano e metropolitano de passageiros é um direito social básico equiparado à educação, saúde e segurança, por intermédio da Emenda Constitucional nº 90 (de 15 de setembro de 2015).